Degustation’s Series
É verdade que determinadas castas se expressam melhor em outro sítio que em seu terroir de origem? Sabe-‐se que em alguns casos, como a Malbec, que a ‘cópia’ argentina é mais famosa que a original francesa (Cahors). No mês de maio, em tradicional degustação na Royal Vinhos/Adega do Mercado, provamos diversos vinhos onde este binômio original-‐cópia acontece. Tivemos também a oportunidade ímpar de degustar um “Porto” australiano, que a nosso ver deveria pelo menos mudar a ‘cara’(deixar de ser chamado de Porto). A harmonização deste vinho com chocolates da excepcional casa mineira Fusión du Chocolat, foi o ponto alto de uma noite memorável!
Comparamos um bom Pinot Noir da Nova Zelândia com um da Borgonha, de onde esta uva originou, assim como um Malbec argentino e seu original, cadurciano (Cahors, no Sudoeste francês), um Tannat de Madiran (França) com o Tannat uruguaio, e um Syrah do Rhône (França) com a ‘cópia’ australiana.
Veja abaixo os vinhos degustados (dois de cada vez, às cegas), onde a safra do original era a mesma da cópia, e com preços bem próximos.
• Craggy Range Te Muna Road Pinot Noir 2008 (Nova Zelândia) (WS 93 pontos)
• Chateau Puligny – Montrachet Nuits Saint Georges 1er Cru 2008 (Borgonha/Fr)
• Alícia Reserva Paso de Piedra Malbec 2005 (Argentina) (RP 91 – safra 2006)
• Chateau du Cèdre Chatons du Cèdre 2005 (Cahors/Fr)
• Fox Creek Short Row Shiraz 2006 (Austrália) (JH 93)
• Jean-‐Luc Colombo Crozes Hermitage La Tuilière 2006 (Rhône/Fr)
• Bouza Tannat A6 Parcela Única 2004 (JR 18 em 20 pontos) (Uruguai)
• Brumont Chateau Bouscassé Vieilles Vignes 2004 (Madiran/Fr) (WS – safra 2001)
(WS -‐ Wine Spectator; JR – Jancis Robinson; RP – Robert Parker; JH – James Halliday)
Com exceção do Pinot Noir da Borgonha e o Malbec de Cahors, que perderam, respectivamente, para Nova Zelândia e Argentina, os demais, ditos cópias, perderam para os originais. No final, como dito anteriormente, propomos para acompanhar o Galway Pipe Fine Australian Tawny Port deliciosos chocolates especiais da Fusión du Chocolat. Perfeita sintonia entre o vinho e o chocolate “Rosa torneada” (com chocolate belga, meio amargo, 53% cacau, recheado com infusão de hortelã fresco). A harmonização saiu-‐se bem também com os demais: “Palheta de amêndoa” (belga) e outros dois com chocolate da Tanzânia (“Mini xícara” e “Spécialité”).
Esta degustação comparativa entre vinhos ‘originais’ e ‘cópias’ foi avaliada pelos presentes como muito proveitosa e prazerosa.