O verão chegou, e o que fazer da enogastronomia?

A pedida de verão em termos de gastronomia é uma comida leve, tendo a companhia de um vinho também leve, independentemente de ser branco, rose ou tinto. Muitos podem espantar quando se colocam tintos como opção, porém, alguns deles descem e bem nesta época do ano.

vinhotintoNão há dúvida que a “fria do verão” é querer degustar tintos encorpados, potentes, alcoólicos à temperatura ambiente e acompanhados de uma comida pesada (não própria para o clima). No verão, muitas vezes, a pedida é de um vinho tinto jovem, leve, com comida também leve. E ele precisa ser resfriado, a não ser que tenha saído de uma adega climatizada. A temperatura ideal para os vinhos tintos jovens é de 14 a 16 graus, e, para os tintos velhos, em torno de 18 graus. É verdade que, de uma maneira geral, os tintos descem melhor no inverno, porém podemos degustá-los e, bem, em um ambiente climatizado em temperatura mais fria. Experimente alguns tintos franceses do Loire à base da Cabernet Franc, ou um simples Beaujolais (uva Gamay), italianos (Dolcettos, Chiantis clássicos jovens etc.), chilenos e argentinos varietais à base de Merlot, ou neozelandezes despretensiosos da Pinot Noir.

shutterstock_247041001É verdade que a cara do verão é o vinho branco? Sempre há o risco de errar quando se generaliza. Grandes vinhos à base da Chardonnay do Novo Mundo – EUA, Austrália, Chile e Argentina), com muita madeira (barrica) e fermentação maloláctica, com consequente diminuição da acidez (frescor), aromas lácteos e fortes sabores amendoados devem ser tomados no inverno, acompanhando comidas de boa estrutura. No verão, podemos optar pelos brancos à base da Chardonnay, que valorizam e respeitam o caráter da fruta e do terroir. Alguns apresentam, além da fruta verde e fresca, a mineralidade e acidez deveras interessantes.

Um dos campeões do verão, como aperitivo e também como excelente parceiro de ostras e frutos do mar, é o Sauvignon Blanc. Podemos optar por comprar um bom vinho dessa uva de países distantes como a França (Loire) e Nova Zelândia, ou mais próximos, como o Chile (Sauvignon Blanc cada vez melhores), Argentina e Uruguai. Outro campeão para os dias ensolarados é o Vinho Verde, principalmente os bons exemplares da uva Alvarinho (Albariño, na Espanha).

Por que não escolher espumantes nacionais para um dia caloroso? Frescos e frutados, são excelentes em todos os momentos afins ao verão. Combinam sua vivacidade, cores e “estrelas” com as cores vivas e alegres desta estação do ano, oferecendo instantes de puro prazer e descontração.

54f6676cd83d2.imageAproveite o verão e quebre o preconceito com os vinhos roses. No calor é muito bom para apreciar um rose de qualidade (seco, é claro), refrescante. É um vinho de extraordinário perfume e equilíbrio, pouco tânico, com boa acidez e toques leves de frutas vermelhas. Não têm nada a ver com os maus vinhos dessa categoria, experiências a serem evitadas em qualquer época do ano, ou da vida.

Resumindo, diria que o calor nos convida muito mais aos espumantes, brancos e roses frescos, seja na piscina, à beira-mar, fora das refeições ou acompanhando pratos leves.

 

 

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